Archives

  • 2018-07
  • 2019-05
  • 2019-06
  • 2019-07
  • 2019-08
  • 2019-09
  • 2019-10
  • 2019-11
  • 2019-12
  • 2020-01
  • 2020-02
  • 2020-03
  • 2020-04
  • 2020-05
  • 2020-06
  • 2020-07
  • 2020-08
  • 2020-09
  • 2020-10
  • 2020-11
  • 2020-12
  • 2021-01
  • 2021-02
  • 2021-03
  • 2021-04
  • 2021-05
  • 2021-06
  • 2021-07
  • 2021-08
  • 2021-09
  • 2021-10
  • 2021-11
  • 2021-12
  • 2022-01
  • 2022-02
  • 2022-03
  • 2022-04
  • 2022-05
  • 2022-06
  • 2022-07
  • 2022-08
  • 2022-09
  • 2022-10
  • 2022-11
  • 2022-12
  • 2023-01
  • 2023-02
  • 2023-03
  • 2023-04
  • 2023-05
  • 2023-06
  • 2023-08
  • 2023-09
  • 2023-10
  • 2023-11
  • 2023-12
  • 2024-01
  • 2024-02
  • 2024-03
  • 2024-04
  • 2024-05
  • No final dos anos o apra j

    2019-06-18

    No final dos anos 1960 o apra já estava desalojado da liderança do movimento estudantil, e na década seguinte o apelo guerrilheiro daria lugar Dp44mT uma atuação colada aos movimentos camponeses, embora a revolução permanecesse no horizonte político desta esquerda, que se propõe a fundar uma nova tradição socialista no seio da esquerda marxista, que não se identificava com o apra, nem com o pcp. De fato, esta esquerda se construiu política e ideologicamente em oposição ao governo de Velasco Alvarado (1968‐1975), o que implica em um paradoxo, pois foram as transformações impulsionadas por este regime singular que criaram as condições objetivas para o avanço da nova esquerda: no campo, onde camponeses foram liberados de relações praticamente servis; em prol dos indígenas, que tiveram a língua quéchua reconhecida pelo Estado, em um país onde eram proibidos de circular nas calçadas em muitas cidades até então; entre os trabalhadores em geral, uma vez que se reconheceram mais sindicatos durante os sete anos sob o governo do Velasco do que em todo o período republicano até então; entre os servidores públicos, setor que se expandiu concomitantemente à presença estatal, que chegou a manejar 50% do pib do país; também nas periferias, onde modalidades de organização urbana como as Coperativas Urbanas Autogestinarias de Villa El Salvador foram estimuladas, ainda que sob um enfoque tutelar. Em resumo, a despeito do pouco tempo que as reformas velasquistas tiveram para assentar‐se e dos limites democráticos de um regime que teve intenção de monopolizar o poder, “se puede decir que en gran parte, la constitución, expansión e importancia de la Nueva Izquierda se explica por el velasquismo; éste crea procesos y fortalece actores que darían solidez a la izquierda peruana”. Na visão de seus protagonistas, a autonomia preservada frente a Velasco qualificou esta esquerda para resistir com relativo êxito à ofensiva contra os trabalhadores desencadeada pelo segundo momento do Gobierno Revolucionario de las Fuerzas Armadas, liderado por Morales Bermúdez. Foi o vigor da greve geral de julho de 1977, à qual o Estado reagiu despedindo cerca de 5 mil sindicalistas, que convenceu o regime de que havia dois caminhos para conter o ascenso das massas: uma ditadura repressiva inspirada nos vizinhos do Cone Sul, ou uma saída política Dp44mT negociada com os partidos convencionais. É neste momento que os militares e o apra se reconciliam em uma chave conservadora, convocando‐se uma assembleia constituinte para o ano seguinte, presidida por este partido. Inicialmente, a asexual reproduction esquerda se dividiu quanto à conduta a adotar frente a perspectiva de transição, mas afinal disputou o pleito constituinte, em que somadas as distintas legendas, arrebata um terço dos votos. Apenas duas agremiações não se incorporam neste momento ao processo legal: pcpPatria Roja (pr), que ingressará nas eleições seguintes e o pcpSendero Luminoso (sl), que declarará guerra ao Estado pouco depois. No entanto, ambiguidades permeiam o processo e alguns constituintes como Hugo Blanco, provavelmente o trotskista que maior votação já recebeu na história, não assinaram o documento final. Mas no conjunto, prevaleceu a leitura de que era prioritário garantir que os militares demitiram do poder, o que estes só se comprometiam a fazer mediante uma transição negociada. A constituinte foi sucedida por uma eleição presidencial em 1980 que aguçou o dilema em relação à postura a adotar frente ao Estado, para uma esquerda de matriz revolucionária que identificava, em grande medida, “claudicación política y camino electoral”. Havia uma convicção arraigada de que as forças da ordem jamais permitiriam um governo de esquerda, o que incidiu nos cálculos políticos até o final da década. Em linhas gerais, à exceção de Sendero, a questão fundamental neste momento não era a participação eleitoral, mas sim o papel deste instrumento em um horizonte de transformação social.